sábado, 7 de junho de 2008

Impostos e mais Impostos


Acabo de ler uma notícia no G1 dizendo o seguinte:

"Pela primeira vez em 22 anos, as picapes da Ford (Ford F-Series) não foram os carros mais vendidos em um único mês nos Estados Unidos. O responsável, ou melhor, os responsáveis por esta façanha foram quatro carros japoneses: os sedãs Civic e Accord, da Honda, e os carros Corolla e Camry, da Toyota. O Civic foi o carro mais vendido nos Estados Unidos em maio. No total foram comercializadas 53.299 unidades. O Corolla teve 52,826 unidades vendidas, seguido pela station wagon Camry com 51.291 veículos e o Honda Accord com 43.778. Apenas em quinto lugar aparecem as picapes Ford F com 42.973 unidades - um número 30,6% menor do que foi registrado em maio de 2007."

Como é que é? Em um único mês foram vendidos 53.299 Civics nos EUA? Então me explica porque a Honda fica toda feliz quando vende no Brasil 6.000 Civics num mês?
O Brasil é um país de merda mesmo... Sabe por que? Porque esses 6.000 Civics poderiam se transformar em 18.000. O problema além de ser causado pela desigualdade social e pela baixa renda da população em geral, tem como grande responsável os malditos impostos que chegam a responder por 40% do preço final dos veículos.
Calculando: um Civic básico no Brasil custa uns R$67 mil. Disso 40% são impostos. Se o Brasil cobrasse a mesma taxa tributária de 24% da Argentina o Civic teria uma diminuição de pelo menos 16% em seu valor. Ele custaria a partir de R$ 56 mil. Uma redução drástica.
Mas os fabricantes de veículos no Brasil também são culpados. A margem de lucro estabelecida aqui é a maior em todo o mundo. Infelizmente o brasileiro não vê problemas em pagar R$ 40 mil em um Gol ou em um Palio, mesmo que eles não venham com air bag ou ABS.
Para piorar ainda a situação existe o ágio que vem sendo estabelecido como uma regra. Isso se deve ao ritmo alucinante de vendas de carros desde o ano passado. Tem mais gente querendo comprar do que carros disponíveis. Dessa forma, leva quem pagar mais.
Exemplos:
1- Lançamento do Ecosport 2008. O 1.6 XLT pela tabela da FIPE estaria custando R$57 mil. Preço na concessionária: R$ 62 mil. PALHAÇADA! Hoje a situação já melhorou e os preços da FIPE estão sendo praticados pelas concessionárias também.
2 - Citroën C4 Pallas. O preço de entrada é de R$ 65 mil, divulgado pelo próprio site da marca. O preço praticado nas concessionárias é de R$ 70 mil. PALHAÇADA!
O que os atendentes das concessionárias fazem ao serem indagados sobre a disparidade entre o preço de tabela e o real é dizerem que na concessionária os modelos disponíveis não são as versões básicas e estão "recheados de acessórios". E que se o comprador quiser o veículo de acordo com o preço divulgado ele teria que esperar entre 30 a 180 dias para pegar o carro. PALHAÇADA!
Mas quem sou eu para causar alguma mudança nessa situação? O grande sonho do brasileiro é ter casa própria e carro zero e nunca esteve tão fácil comprar um carro zero. Um dos melhores exemplos é o da Ford que permite que se compre um carro com R$ 1 mil de entrada e o resto parcelado em até 72 vezes. São seis anos pagando o carro. Será que o povo não pensa que nesse período o carro que custava R$ 30 mil passará a custar R$ 60 mil? Além disso tem o seguro do veículo que é anual e que, mesmo variando muito entre o modelo e a versão, pode chegar a custar mais de 10% do valor do carro.
Algo que me diz que apesar de todos os fatos aqui demonstrados, nesse ano, a venda de carros no Brasil será a maior da história.
_____________________
Decidi escrever um post para clarear a mente. Ontem meu computador travou mais de cinco vezes enquanto digitava a monografia e por pouco não o chutei. Além disso empaquei. Esse fds será de muito trabalho.

0 comentários: